Posted on agosto 14, 2020
by Ciranda
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O que as instituições e as famílias precisam saber sobre o retorno às aulas presenciais na era do coronavírus
Durante a pandemia, a rotina escolar de crianças e adolescentes em casa tem sido um verdadeiro desafio. O retorno à escola é um passo importante, mas também um gerador de muitas incertezas entre as famílias. Os pais de seus alunos provavelmente têm muitas perguntas a respeito. Pensando nisso, ouvimos especialistas da área da saúde, física e mental, para que você saiba como apoiar os alunos nesse momento esperado e delicado.
Aos poucos, estamos vendo um número crescente de crianças retornando à sala de aula. No mundo todo, mais de 1 bilhão de alunos ainda estão fora da escola, mas mais de 70 países anunciaram planos para reabrir escolas e centenas de milhões de alunos voltaram nas últimas semanas, de acordo com os dados da Unicef.
No Brasil, o estado do Amazonas foi o primeiro a reabrir as escolas no início de agosto. Lá, os alunos do ensino médio já completaram um mês com aulas presenciais e os alunos do ensino fundamental aguardam voltar à escola no final do mês. Os demais estados estão em diferentes estágios em relação a como e quando planejam reabrir as escolas.
A seguir, especialistas falam sobre os benefícios e riscos para a educação e outros fatores. Vale lembrar que o interesse de cada aluno deve estar no centro das decisões de pais e gestores escolares, usando as melhores evidências científicas e comprovadas disponíveis.
Estudantes brasileiros mostraram o quanto desejam continuar aprendendo. Eles persistiram com suas aulas a distância, mesmo em circunstâncias difíceis, com o apoio de seus dedicados professores e pais. Mas, com o isolamento social, ansiedade e depressão têm assolado crianças e adolescentes.
Inclusive, já fizemos matérias sobre isso aqui no blog da Ciranda de Livro. Leia também:
Como está o humor dos adolescentes durante a pandemia?
Ansiedade em crianças: o que é e como identificar
A psicóloga Giovina Fosco Turco, mestre em Saúde da Criança e Adolescente pela Unicamp, percebeu aumento dos distúrbios de ansiedade tanto em crianças, quanto em jovens, de uma maneira bastante significativa. “A ansiedade aumentou por diversas questões, entre elas, a mudança de rotina, tão importante para a criança e o adolescente”, explica.
Giovina acredita que o retorno escolar será um desafio. “Como tudo nessa pandemia está sendo complicado, a volta presencial não será diferente”, alerta. Segundo ela, de qualquer forma, as escolas devem estar preparadas. “Primeiramente, a escola deve se informar sobre a situação da pandemia em sua cidade e, daí sim, decidir sobre o retorno, seguindo todas as medidas de precaução”.
Para a psicóloga, o retorno escolar pode gerar uma ansiedade muito grande nas crianças, assim como nos pais. “Acredito que a escola deveria ter uma postura de conversa. Primeiramente com os pais, dizer a eles como estará se preparando. Claro que preocupação com os filhos, todos têm, mas se os pais estiverem inseguros, essa insegurança vai passar para as crianças”, adverte.
“Mesmo sabendo que a doença acomete em número menor as crianças, nós temos que protegê-las. Elas têm que se sentir seguras”, afirma Giovina, sugerindo que a escola abra espaço para a criança falar sobre seus medos, dúvidas e ansiedades. Para ela, família e escola terão que se juntar de maneira transparente. “Deverá ser uma volta complicada, insegura, mas quanto mais se falar sobre isso, todos vão estar mais seguros”, completa.
A reabertura de escolas deve ser consistente com os protocolos de saúde do COVID-19 para proteger alunos, funcionários, professores e suas famílias. Segundo o cirurgião plástico e médico do hospital de campanha do Ibirapuera, em São Paulo, Dr. José Antonio Casari Davantel, é altamente recomendável que as crianças voltem às aulas presenciais.
De acordo com Davantel, o pico da pandemia aconteceu no final de maio. “Essa informação está no portal de transparência dos cartórios. Os casos são mais baixos hoje. Espero que os pais tenham coragem e que o pânico não impere, até porque estão deixando as crianças sem imunidade, sem escola, com depressão. Uma criança sem imunidade, possivelmente terá doenças auto-imunes na fase adulta”, alerta.
De acordo com a Unicef, seguem abaixo algumas das medidas práticas que as escolas podem tomar:
• Variar o início e o encerramento do dia escolar;
• Horários das refeições escalonados;
• Mudança das aulas para espaços temporários ou ao ar livre;
• Manter a escola em turnos, para reduzir o tamanho das turmas.
Instalações de água e higiene serão uma parte crucial da reabertura das escolas com segurança. Os administradores devem procurar oportunidades para melhorar as medidas de higiene, incluindo lavagem das mãos, etiqueta respiratória (ou seja, tossir e espirrar no cotovelo), medidas de distanciamento físico, procedimentos de limpeza para instalações e práticas seguras de preparação de alimentos. O pessoal administrativo e os professores também devem ser treinados sobre distanciamento físico e práticas de higiene escolar.
Lembre-se de que a criança lidará com o estresse da crise contínua de maneira diferente do adulto. Crie um ambiente de apoio e encorajamento e responda positivamente às perguntas e expressões de seus sentimentos. Mostre apoio e deixe o aluno saber que é normal se sentir frustrado ou ansioso em momentos como este.
Ajude seus alunos a seguirem suas rotinas e tornar o aprendizado divertido, incorporando-o às atividades como escrever e desenhar. A Ciranda de Livro pode auxiliar nisso, fazendo com que a criança tenha a experiência enriquecedora de escrever e desenhar o seu próprio livro. Esse programa pedagógico pode ser implantado na escola de forma presencial e a distância, através da Ciranda em Casa.
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