Posted on setembro 30, 2021
by Ciranda
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Conheça os atuais pilares da educação midiática e saiba por que ela te se tornado ainda mais constante e essencial na formação crítica dos alunos
Vamos falar sobre a importância da educação midiática? Mas, antes, queremos saber se você sabe de quem é esta frase: “Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção”.
Este é um trecho do livro “Pedagogia da Autonomia”, assinado pelo educador brasileiro Paulo Freire. E trouxemos ele aqui pois aproveitamos a ocasião do centenário desta importante personalidade do ensino mundial para falar sobre este assunto tão abordado em sua trajetória.
Isso porque a união da comunicação com a aprendizagem permite a formação crítica dos alunos. E este tema vai ao encontro do objetivo de trabalhar a criticidade e ética dos estudantes, conforme defendido nas competências da BNCC (Base Nacional Comum Curricular) e pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura).
Hoje, quando falamos em letramento midiático na escola, precisamos pensar além das “fake news”. É fato que os estudantes devem saber identificar informações falsas e avaliar como desmistificá-las.
Porém, mais do que isso, eles devem ter autonomia para interpretar conteúdos atuais e criarem suas conclusões a partir disso. Pois estas informações influenciam diretamente a criação dos valores e propósitos de vida.
Então, compartilhamos a seguir informações sobre a importância de introduzir a educação midiática no plano pedagógico e o porquê de ela ser essencial na formação crítica dos alunos. Acompanhe as informações sobre este modelo de letramento:
Primeiramente, devemos entender o que é o conceito de educação midiática, para a partir disso abordar a sua importância da formação crítica dos alunos.
De acordo com o projeto EducaMídia, desenvolvido pelo Instituto Palavra Aberta, a educação midiática é definida como “conjunto de habilidades para acessar, analisar, criar e participar de maneira crítica do ambiente informacional e midiático“.
E isso inclui todos os formatos de veiculação de notícias, desde os impressos aos digitais, tão presentes na Era da Informação e na rotina dos jovens.
Vale lembrar que vivemos na Era da Informação. Portanto, mais do que receptores de conteúdo, hoje todos nós temos a possibilidade de desenvolver e divulgar informações sobre o que quisermos.
Atualmente, somos “creators”, ou seja, temos em mãos ferramentas – principalmente digitais – que nos permitem compartilhar dados, imagens, textos, vídeos e áudios produzidos por nós mesmos, ou ainda por outras pessoas.
Porém, navegar neste mar de informação não significa que estamos acessando somente fatos verdadeiros. Existem muitas “fake news” circulando pelas redes e, quanto menos preparo para saber discernir a falsidade da veracidade, maior é a chance de levar à frente várias informações má intencionadas, ou até mesmo cair em golpes e até vivenciar outras consequências mais graves.
Para completar, não podemos nos esquecer de um dado recente bastante alarmante: 67% dos jovens do Brasil na faixa etária dos 15 anos não sabem a diferença entre fatos e opiniões.
Este foi um dos resultados apurados pelo Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes). Já havíamos compartilhado este dado aqui no blog Ciranda de Livro, quando falamos sobre como estimular a leitura e interpretação de texto no ensino híbrido.
Mas é necessário reforçá-lo para que estejamos cientes de que a educação midiática é muito importante no atual cenário em que vivemos.
Trabalhar agora o letramento midiático na escola é fundamental para que os alunos saibam ler criticamente, escrever com responsabilidade e participar ativamente da sociedade no amanhã.
Estes três pilares também listados pelo EducaMídia definem como o tema deve ser aplicado em sala de aula.
Na primeira etapa da aprendizagem, a prioridade é o desenvolvimento da leitura e escrita, correto? Em seguida, não basta apenas atender esta necessidade, é preciso pensar além. Logo, desenvolva ações que permitam o aluno saber interpretar o que está no papel – ou nas telas!
Mais que isso, o letramento midiático na escola deve propor ao aluno ações que revelem o impacto da mídia na nossa sociedade.
A partir disso, os alunos conseguem compreender melhor o que devem escrever – ou publicar. Afinal, de espectadores, hoje os jovens são também ativos divulgadores de conteúdos, principalmente por meio das plataformas digitais. Assim, devem ter ciência da sua responsabilidade a cada compartilhamento.
E ao trabalhar a formação crítica desta forma em sala de aula, será possível contribuir com o desenvolvimento de cidadãos ativos na sociedade com plena consciência sobre como utilizar os recursos da comunicação a favor de suas vidas.
Não é sobre ler e comentar notícias. A educação midiática compreende em atividades que proponham a evolução da criticidade e ética dos alunos.
E para contribuir com profissionais da educação que querem incluir esta prática no plano pedagógico, criamos este checklist com várias ações. Elas são baseadas também em orientações do EducaMídia.
O projeto também criou um Guia da Educação Midiática, conteúdo disponível para download gratuito, com diversas informações e recursos para professores que querem saber mais sobre o assunto.
Esperamos que nosso conteúdo ajude a direcionar as atividades efetivas de educação midiática, que contribuam com a formação crítica dos alunos. E continue acompanhando nossas publicações aqui no blog Ciranda de Livro!