Posted on dezembro 18, 2019
by Ciranda
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Na era em que tudo passa pela tecnologia, quais as habilidades de um educador nota 10?
O desenvolvimento tecnológico, as mudanças no mercado de trabalho e a virtualização da vida são transformações que estão alterando totalmente as perspectivas das novas gerações e trazendo para a educação um dos grandes desafios contemporâneos: preparar os alunos para o mundo que eles almejam.
Por mais que as escolas e os gestores do ensino se preocupem em flexibilizar o currículo e elaborar novas práticas pedagógicas, grande parte da responsabilidade na adaptação a esse novo cenário fica com o professor. Afinal, é ele quem está presente na sala de aula criando condições para uma troca de experiência significativa, preparando o aluno para enfrentar uma realidade em constante mudança.
Apesar de tantas modificações no ambiente escolar, o processo de aprendizagem é e continuará sendo dependente do fator humano. Um professor inspirador, que vai além do conteúdo disciplinar, que deixa grandes lições de vida e toca o aluno a ponto de transformar sua visão de mundo será sempre insubstituível. Além disso, numa era em que a informação está à disposição de quem quiser, o educador tem o papel essencial de atuar como um mediador para que o conhecimento seja melhor aproveitado.
Mas como inovar na sala de aula? Como deixar as aulas mais divertidas e interessantes? Como fazer os alunos pensarem criticamente? De que maneira estimular a participação da turma? Enfim, como ser um educador nota 10? Essas são perguntas que o bom professor deve fazer a si mesmo frequentemente.
Para ser um Educador nota 10, o professor precisa estar alinhado aos temas centrais na agenda da educação atualmente: o protagonismo do aluno e as novas bases curriculares. Somente sendo direcionadas por esses dois eixos complementares as iniciativas em sala poderão favorecer a preparação do aluno para o futuro.
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é o documento que norteia os currículos de Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio, agregando competências sócio emocionais às disciplinas. Sua implementação nas escolas começou no início de 2019 e deve se consolidar em 2020.
O momento de mudanças é oportuno para aproximar as escolas de pais e alunos, o que abre espaço para um diálogo sobre como essas alterações vão interferir na condução dos estudos. A ocasião também pode ser aproveitada para a coleta de pontos fortes, críticas e as sugestões acerca do trabalho até então realizado. É uma oportunidade valiosa para o professor observar os caminhos que estão dando certo e aqueles em que a rota deve ser ajustada.
Há especialistas que acreditam na literatura como forma de trabalhar as emoções. A escritora de livros infanto-juvenis, Ana Maria Machado, concorda inteiramente com essa opinião.
“Estou convencida de que a arte em geral – e a literatura, arte da palavra, em particular – é um dos caminhos mais poderosos para o ser humano, de qualquer idade, explorar suas possibilidades emocionais. Isso pode ser aproveitado em sala de aula de infinitas maneiras, e o bom professor saberá encontrar a sua”, afirma ela.
A Ciranda de Livro, plataforma pedagógica digital desenvolvida pela School Picture, caminha nessa mesma direção. Oferece às as escolas um conteúdo desenvolvido por especialistas para que os alunos criem seus próprios livros e se transformem em autores. A iniciativa inclui planos literários que servem de apoio pedagógico para que o professor possa conduzir o processo de forma lúdica, envolvente e simplificada, totalmente alinhada com as competências apresentadas na BNCC.
Há histórias que valem a pena ser contadas. Textos de memórias, por exemplo, além de exercitar a criatividade nos alunos,os levam a valorizar a experiência dos mais velhos, estimulando o gosto pelas histórias de família, a origem do sobrenome e dos antepassados. Esse gênero literário caracteriza-se pela inserção na escrita de elementos da época ou do cenário retratado, o modo de viver da época. Além de revelar o passo a passo da produção textual, também permite a investigação das memórias da comunidade e casos marcantes.
E por que não propor autoria de um texto ficcional? Os alunos mais novos certamente adorariam criar um conto de fadas ou de super-heróis. Ao mesmo tempo em que a iniciativa estimula nos pequenos a empatia, a cooperação e a autonomia, eles aprendem a resolver conflitos.
São inúmeras as possibilidades da produção textual para que os alunos exercitem o autoconhecimento, explorem formas de expressão e demonstrem seus próprios sentimentos. Em todas as opções, a Ciranda de Livro é uma excelente estratégia para os professores que querem inovar as suas práticas de ensino.
Sem contar que a ferramenta também envolve a participação ativa dos pais, desde o planejamento e pesquisa da história a ser contada, a escolha das situações e linguagens, até a apreciação dos resultados. Depois de prontas, as edições podem ser encadernadas e lançadas em sessões de autógrafos, unindo a comunidade escolar em torno da iniciativa.
Tudo isso leva o aluno a se decidir e se posicionar, condições básicas para o protagonismo.
Celulares, tablets e notebooks já podem ser considerados parte do material didático. Por meio desses aparelhos é possível estimular, em sala, pesquisas com o tema tratado na aula. Acessar vídeos, sites de notícias e de busca, bancos de imagens e podcasts também pode fazer diferença na forma de lecionar. O importante é que esses recursos estejam alinhados ao objetivo educacional.
Uma simples mudança de ambiente traz motivação, desperta o interesse do aluno e até torna o processo de aprendizagem mais rápido. Explore outros locais da escola (como pátio, laboratórios, quadra etc.) e até mesmo fora dela, como museus, parques e outros lugares.
Aluno protagonista é uma tendência na educação. Experimente reorganizar a turma em outros formatos além das fileiras de carteiras tradicionais. Uma grande roda em classe ou pequenos grupos para debater uma lição facilitam o exercício do diálogo e tornam o aprendizado mais dinâmico e mais interessante.
Outra estratégia que tem se destacado na educação são as aulas invertidas, onde o aluno é colocado no centro do processo de ensino. Nessa metodologia, o professor lança um tema, seus alunos vêm para sala com conhecimento prévio sobre e, então, trocam informações, fazem novas descobertas e enriquecem o conhecimento.
Deixar que os alunos ajudem uns aos outros também é importante transformá-los em protagonistas do aprendizado. Monte um time dos alunos que são bons em Ciências, por exemplo, para ajudar aqueles que têm dificuldade nessa disciplina. E você pode formar o time de Arte, de Língua Portuguesa, Matemática e muitos outros.
Faz parte do papel da escola transformar o aluno em um cidadão consciente, capaz de ser um agente ativo na transformação da sociedade. Dentro desse contexto, o empreendedorismo está ganhando força dentro das escolas. A ideia não é necessariamente transformar alunos em empresários, mas desenvolver neles habilidades como autonomia, criatividade, responsabilidade, comprometimento e outras competências para que eles possam fazer a diferença e se destacar no mercado de trabalho.
Os projetos multidisciplinares têm ganhado bastante espaço na grade curricular das escolas. São iniciativas que, além de envolver diversas disciplinas, ajudam na construção de valores humanos. O objetivo é abrir espaço dentro da escola para trabalhar temas relevantes da comunidade, que são tão importantes quanto as disciplinas tradicionais.
É possível elaborar projetos que trabalhem a inteligência emocional e interpessoal dos alunos; estimulem a oratória, comunicação e liderança; ou incentivem a criatividade e inovação.
Além disso, o uso de temas ligados aos direitos humanos, à solidariedade, à sustentabilidade, às questões de gênero e à igualdade social, entre tantos outros, trazem à discussão valores relevantes e indispensáveis para a sociedade.
A indisciplina também é um problema de falta de comunicação correta. Chame o aluno para uma conversa positiva e poderá separar o aluno que realmente está cometendo indisciplina daquele que não entendeu o comando para a atividade a ser desenvolvida. Para aquele que não entendeu, basta que você explique novamente. Aquele que é indisciplinado pode ser chamado para uma conversa particular. A primeira coisa é saber o que está acontecendo na sala e passar o caso para outras instâncias apenas quando essa etapa não der certo.
Quando uma atividade diferente é desenvolvida dentro da sala de aula, o professor deve esperar barulho. Barulho é diferente de falta de atenção. Uma boa forma de manter os alunos engajados é perguntar: “‘o que você está fazendo, precisa de ajuda, o que está desenvolvendo agora?”. Mas tudo isso tem que ser planejado com antecedência. E as formas de se evitar grandes problemas também. Mesmo que apareça uma indisciplina, ela será localizada e mais fácil de ser administrada.
Outro ponto que pode prender a atenção do aluno é o conteúdo apresentado em aula, aquele que vai além do material didático. Descobrir qual o melhor conteúdo mostra para o aluno que o professor é fundamental, que ele não conseguiria isso sozinho, apenas lendo um livro.
Não existe um método 100% infalível. Uma atividade pode parecer maravilhosa no momento em que está sendo planejada e, quando aplicada, não dar certo. Mas o erro, às vezes, ajuda mais do que o acerto. É uma oportunidade para o professor acertar o caminho e melhorar.