A importância da arte urbana nas escolas

O Brasil é um expoente quando o assunto gira em torno da arte urbana; mas como esse tema tem sido tratado nas aulas de arte e cultura nos últimos anos? Saiba o porquê é tão importante estar em pauta

Arte urbana, arte de rua, street art… Você tem trabalhado essa manifestação artística dentro das salas de aula? Pois, foi-se o tempo em que esse assunto era considerado rebeldia ou vandalismo.

Hoje, a arte urbana já está presente nas principais galerias e nos museus do mundo todo. Muitos artistas brasileiros, inclusive, são reconhecidos mundialmente por suas obras no segmento.

Além disso, várias marcas já adotaram o estilo para a criação de produtos valiosos, como roupas, sapatos, até mesmo objetos decorativos. Por isso, já é possível encontrar arte urbana em empresas, shoppings, lojas, restaurantes e, claro, nos colégios! Então, siga com a leitura para compreender a importância de trabalhar o tema nas escolas.

Mitos e verdades da arte urbana

Antes de começar a ensinar arte urbana nas escolas, você precisa entender melhor o que é esse segmento artístico e quais os mitos e as verdades por trás dessa prática.

Para começar, vamos ao conceito: arte urbana define toda manifestação artística realizada em espaços públicos, conforme definição da Academia Brasileira de Arte. Logo, são produções realizadas em prédios, casas, viadutos, entre outros equipamentos presentes na infraestrutura urbana. E apesar de estar associada à cultura atual, a arte urbana é de origem grega pré-socrática.

Outro fato que precisa ser desmistificado, é que esse estilo de arte seria representado apenas pelo grafite. Na verdade, hoje o movimento inclui produções em estêncil, cartazes, na forma de esculturas etc. Até mesmo as estátuas vivas ou apresentações individuais e coletivas realizadas em espaços públicos vão ao encontro da arte urbana.

Falando nisso, você sabe a diferença entre grafite e pichação? O grafite envolve toda manifestação artística urbana criada em sua maioria com spray e tintas. Nesse caso, muros e outros espaços públicos se tornam “telas a céu aberto”, conforme explicado neste conteúdo no portal UOL Vestibular.

O picho, por sua vez, também é um tipo de arte urbana realizada com tinta e spray, mas está relacionado somente a um tipo de escrita, e é bastante associado a manifestações políticas e periféricas.

Ao contrário do grafite, no Brasil, a pichação é considerada crime ambiental, nos termos do artigo 65 da Lei 9.605/98 (Lei dos Crimes Ambientais), que estipula pena de detenção de 3 meses a 1 ano, e multa.

Portanto, a legislação brasileira já compreende que o grafite pode ser realizado desde que haja consentimento dos proprietários do local ou objeto. Então, essa manifestação cultural também pode estar presente na sua escola!

3 motivos para trabalhar a arte urbana nas escolas

Existem várias razões para você trabalhar a arte urbana nas escolas. Por isso, nós listamos as principais justificativas aqui. Confira!

1. Inclusão e acesso à cultura

A arte urbana rompe limites e fronteiras, levando para as ruas a arte que antes estava limitada a museus, bibliotecas e galerias. Ou seja, essa manifestação cultural promove a inclusão social, permitindo o acesso de mais pessoas à arte. Esse contato externo pode motivar muitas pessoas a buscarem mais conhecimento sobre o assunto, ou até mesmo cativar às visitas aos equipamentos culturais. Esses resultados também acontecem junto dos estudantes, portanto, trata-se de uma forma de incentivar o gosto dos jovens pela arte.

2. Expressão social

Ao realizar uma obra, o artista expressa não só suas características individuais, como também do espaço em que está envolvido. Assim, a sua criação se torna um reflexo da sua realidade. Portanto, as obras trazem olhares aprofundados sobre o que está acontecendo no momento na sociedade. Dessa forma, com a arte urbana nas escolas, você incentiva a autorreflexão e o protagonismo dos alunos durante a atividade.

3. Criatividade

Esse tipo de manifestação também aflora a criatividade, afinal, a criação é ilimitada. Envolve diversas cores, formatos e lugares, além de muitos materiais. Sendo assim, considera-se a arte urbana uma das mais criativas do universo cultural. Dessa forma, pode potencializar a criatividade dos estudantes também.

Inspire-se em artistas brasileiros de arte urbana

No Brasil, a arte urbana foi impulsionada a partir dos anos 1970, segundo conteúdo do portal Soul Art. Essa manifestação ganhou força na capital paulista, principalmente com o grafite e com o artista italiano Alex Vallauri, radicado na cidade.

Nesse contexto, é importante lembrar que o país estava sob ditadura militar. Então, a arte urbana brasileira sofreu muita repressão do governo e foi vista como um movimento de oposição e rebeldia.

Você sabia que o Brasil é o berço de artistas consagrados mundialmente na arte urbana? Então, que tal se inspirar nesses talentos para trabalhar essa manifestação artística nas escolas? Conheça alguns dos principais nomes desse segmento a seguir.

Eduardo Kobra

Paulistano, reconhecido mundialmente pela sua estética bastante colorida, realista e geométrica. Em 2016, bateu o recorde mundial com o maior mural grafitado do mundo, a obra “Etnias”, criada para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Saiba mais aqui!

OSGEMEOS

Essa é a dupla dos irmãos gêmeos Gustavo e Otávio Pandolfo, de São Paulo. Começaram a grafitar nos anos 1980, influenciados pelo movimento hip hop. Hoje, são prestigiados no cenário mundial e exibem suas obras nas principais galerias e museus internacionais. Saiba mais aqui!

Binho Ribeiro

Fabio Luiz Santos Ribeiro foi pioneiro na arte urbana brasileira. Sua arte é bastante singular e retrata as características do centro urbano paulista. Ele lidera o Museu Aberto de Arte Urbana de São Paulo, o primeiro do gênero no mundo; também foi criador da Bienal Internacional de Graffiti Fine Art. Saiba mais aqui!

Anarkia Boladona

Esse é o nome artístico da ativista social Panmela Castro, reconhecida pela expressividade de suas obras, que retratam bastante o universo feminino, os direitos humanos e integram elementos da pichação. Em 2012, foi citada pela revista Newsweek como uma das “150 Mulheres que Abalaram o Mundo”. Saiba mais aqui!

 

Já pensou em levar a arte urbana para os livros?

Transformar a arte urbana em tema de um livro criado pelos estudantes pode ser uma forma de trabalhar o movimento nas escolas. Este ano, já sugerimos alguns assuntos que podem ser transformados em obras, incluindo a Semana de Arte Moderna de 22, por exemplo.

Agora, ao abordar a arte urbana, você atualiza os estudantes sobre as manifestações culturais do Brasil. Para isso, você pode trazer a criatividade à tona por meio de um caminho “fora da caixa”. Já imaginou seus estudantes se transformando em autores de suas próprias obras e tratando de um assunto tão contemporâneo quanto esse? Veja como fazer essa sugestão se tornar realidade no site da Ciranda de Livro: www.cirandadelivro.com.br.

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