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novembro 14, 2023
by
Ciranda
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Saiba mais sobre estes conceitos e como eles podem fazer parte do dia a dia de ensino.
Que tal superar fronteiras nas salas de aula? Pois neste novo conteúdo do Blog da Ciranda de Livro, vamos falar sobre a importância de trabalhar a educação global e intercultural com os estudantes.
Afinal, o Brasil não é o único país da Terra. De acordo com
classificação da Organização das Nações Unidas (ONU), existem 195 países em nosso planeta. Isso significa que somos um mundo global e que precisamos aprender sobre novas culturas para, assim, respeitá-las e conviver em harmonia.
Então, atenção senhores educadores com destino a educação global e intercultural: estamos prestes a iniciar uma jornada sobre a importância de incluir estes assuntos no planejamento escolar. Boa viagem!
Educação global e intercultural: o que é?
Segundo definição compartilhada pelo
“Guia Prático para a Educação Global”, “educação global é uma educação capaz de abrir os olhos e as mentes das pessoas para as realidades do mundo, despertando-as para contribuírem para um mundo com mais justiça, equidade e direitos humanos para todos”. Este texto faz parte da Declaração de Maastricht sobre Educação Global, de 2002. Além disso, o guia traz como referência para o entendimento da educação global a Declaração Universal dos Direitos Humanos da ONU, que diz no artigo 26: “A educação deve visar à plena expansão da personalidade humana e ao reforço dos Direitos do Homem e das liberdades fundamentais e deve favorecer a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações e todos os grupos raciais ou religiosos, bem como o desenvolvimento das atividades das Nações Unidas para a manutenção da paz”.
E o conceito de educação intercultural já se baseia na promoção de atividades que trabalhe valores entre os estudantes como a igualdade, o senso de comunidade, a aceitação e o respeito ao próximo, conforme abordado no artigo acadêmico
“Educação intercultural e formação de professores em contexto espanhol para alunos imigrantes”.
“A educação intercultural é fundamentalmente uma atitude e um comportamento relativo ao tipo de relações que ocorrem entre as culturas que convivem em um ambiente determinado. Propõe-se atender às necessidades afetivas, cognitivas, sociais e culturais dos indivíduos e dos grupos, possibilitando que cada cultura expresse sua solução aos problemas comuns. É um meio para promover a comunicação entre as pessoas e para favorecer as atitudes de abertura em plano de igualdade”, observa Xavier Besalú na obra “Diversidad cultural y educación”, de 2002.
Dicas para praticar a educação global e intercultural em sala de aula
Ainda segundo o “Guia Prático para a Educação Global”, trabalhar a educação global, assim como a intercultural, é necessário para a evolução de um modelo de parceria entre povos, culturas e religiões na sociedade. Sendo assim, os educadores que desejam abordar estas temáticas em sala de aula podem seguir três passos:
- Realizar uma análise da situação atual do mundo junto aos estudantes;
- Apresentar visões de alternativas aos modelos culturais dominantes, explorando culturas desconhecidas;
- Propor atividades que reflitam sobre o processo de mudança rumo a cidadania global responsável.
Estes são
alguns pontos de partida para trabalhar a educação global e intercultural em sala de aula. Com atividades diversas, é possível incentivar a aprendizagem e a conscientização coletiva, promovendo a construção da cidadania por meio de métodos participativos.
Como trabalhar conflitos globais com os estudantes
Quando falamos de educação global e intercultural, não podemos deixar que abordar os muitos conflitos internacionais que estão acontecendo ao nosso redor, infelizmente. Temos a
guerra na Ucrânia e o conflito israelo-palestino, por exemplo, que constantemente são noticiados na mídia. E estes assuntos delicados acabam chegando às crianças. Portanto, não devem ser ignorados pelos educadores que desejam realizar uma educação global e intercultural em salas de aula.
Na ocasião do início da guerra na Ucrânia, trouxemos aqui no Blog da Ciranda de Livro algumas orientações para atualizar os estudantes com conteúdos mais leves e efetivos. A seguir, confira as dicas que compartilhamos para abordar estes conflitos e manter a qualidade da aprendizagem sobre educação
global e intercultural.
1. Explique os dois lados
Para que os estudantes tenham uma melhor compreensão sobre o assunto, ensine mais sobre a geografia, economia e as razões que motivaram os conflitos. Assim, fica mais fácil para eles entenderem o porquê da guerra. Vale lembrar que não estamos falando de quem está certo ou errado, mas sim sobre abordar as motivações que causam os conflitos.
2. Aproxime os estudantes desta realidade
Os países em conflito estão geograficamente muito distantes de nós. Mas os estudantes precisam entender que existem crianças e jovens como eles, de suas idades, vivenciando este momento de perto. Esta é uma forma de trabalhar a empatia e cooperação, motivando, por exemplo, a reflexão sobre o que pode ser feito para a resolução desta guerra.
3. Desconstrua preconceitos
As guerras levantam discussões importantes sobre a xenofobia, preconceito racial e a falta de respeito aos direitos humanos. Logo, aborde estes acontecimentos e mostre o quanto isso impacta negativamente na sociedade.
4. Ensine a driblar as fake news
Este é um momento em que a educação midiática não pode ficar de fora do plano pedagógico. Isso porque, a abordar os conflitos internacionais em sala de aula, os estudantes devem saber como identificar quais são as informações verdadeiras e as falsas sobre os conflitos. Desta forma, terão mais autonomia e vão desenvolver uma melhor interpretação dos dados compartilhados com eles pelos veículos de notícia e nas redes sociais.
Gostou do nosso conteúdo sobre educação global e intercultural? Pois temos mais publicações aqui no Blog da Ciranda de Livro que podem contribuir ainda mais com seu entedimento sobre isso e ajudar você a colocar em prática na escola. Confira nossa publicação sobre
o desafio do ensino da diversidade e veja as dicas que compartilhamos para isso. Para completar, veja como a
inclusão e diversidade podem ser trabalhadas por meio de um projeto literário com seus estudantes. Até mais!