Como estimular a leitura e interpretação de texto no ensino híbrido?

O Blog Ciranda de Livro traz dicas para remar contra essa maré com base em criatividade e propósito, melhorando o cenário da educação brasileira revelado pelo Pisa

Você sabia que 67% dos jovens do Brasil na faixa etária dos 15 anos não sabem a diferença entre fatos e opiniões? Este é apenas um dos dados revelados pelo mais recente estudo realizado do Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes).

O conteúdo foi divulgado pela OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) e tem preocupado muita gente, principalmente os profissionais da Educação. Isso porque a média dos demais países avaliados foi de 53%, conforme noticiado pela Folha de São Paulo.

E uma das justificativas de alguns especialistas para tal indicador seria o fato de esta geração ter mais acesso a tecnologias e à realização do ensino híbrido, que poderia estar prejudicando o aprendizado da leitura e interpretação de texto neste sentido, principalmente durante a pandemia. Você concorda?

Lançada a discussão, trouxemos informações e dicas para contribuir com profissionais e responsáveis que querem estimular a leitura e interpretação de texto na atual vivência de ensino remoto.

Afinal, desta forma é possível melhorar os indicadores apresentados e contribuir com o avanço dos estudantes ao distinguirem fatos e opiniões, tornando-os cidadãos mais preparados para o futuro.

Não podemos nos esquecer que trabalhar esta habilidade no ensino híbrido ainda é uma forma de trazer às salas de aula algumas das dez competências da BNCC (Base Nacional Comum Curricular).

Assim, é possível desenvolver a Argumentação, bem como o Pensamento Científico, Crítico e Criativo; Responsabilidade e Cidadania e Pensamento Científico.

Entenda a importância do Pisa para a educação brasileira

O Pisa, Programa Internacional de Avaliação de Estudantes é uma avaliação aplicada nos países integrantes da OCDE a cada três anos. As provas avaliam jovens na faixa etária dos 15 anos e suas habilidades em leitura, matemática, como também em ciências.

Este é um dos mais importantes rankings da educação mundial, por isso, seus indicadores são bastante respeitados no segmento. Entretanto, devido à pandemia, as avaliações que seriam realizadas em 2021 e 2024 foram adiadas, respectivamente, para 2022 e 2025.

Vale lembrar que os resultados obtidos pelo Brasil na última edição já eram bastante preocupantes. Pois o país teve um dos 10 piores desempenhos do mundo na disciplina de matemática.

Além disso, o Brasil não demonstrou avanços no ranking de leitura, mantendo o mesmo resultado há 10 anos. Na ocasião da última análise, o país se manteve abaixo da média da OCDE em leitura, de 487 pronto, com somente 413 pontos.

E 50% dos estudantes brasileiros não atingiram o nível 2 de proficiência em leitura no último Pisa, cuja escala varia de 1 a 6. Este resultado comprovou o problema dos jovens em identificar a ideia geral do conteúdo apresentado, encontrar informações e refletir sobre a finalidade da leitura.

3 dicas para estimular a leitura e interpretação de texto no ensino híbrido

Melhorar os indicadores da educação nacional no Pisa é um grande desafio. Uma solução é lançar mão do estímulo da leitura e interpretação de texto entre os jovens.

Porém, no atual cenário, em que muitas instituições ainda seguem com o modelo de ensino híbrido para dar continuidade à aprendizagem na pandemia, promover estas habilidades entre os estudantes envolve mais fatores a serem superados, como os da conectividade.

Nós já falamos aqui no Blog Ciranda de Livro sobre as maiores dificuldades de aprendizagem vividas no ensino híbrido e alguns dos fatores que impactam as salas de aula virtuais, que são:

  • Abstenção das aulas;
  • Comprometimento sensorial;
  • Aquisição atrasada de linguagem;
  • Dificuldades socioemocionais;
  • Exposição precoce à alfabetização;
  • Fatores socioeconômicos;
  • Histórico familiar de dificuldades de aprendizagem;
  • Lacunas nas instruções de leitura.

Então, mais que engajar os alunos do ensino híbrido neste momento, é importante utilizar técnicas que contribuam com a superação destes fatores ao aprimorar as habilidades de leitura e interpretação dos jovens.

Por isso, listamos 3 dicas que vão fazer muita diferença nas suas atividades com os estudantes. Confira!

1 – Gamificação

Os jovens estão cada vez mais conectados às telas, principalmente neste momento de isolamento social em tempos de pandemia, em que há poucas atividades de lazer, restando como opção os games.

Desta forma, utilize este hábito tão comum entre os estudantes do ensino híbrido a favor do desenvolvimento da leitura e interpretação de texto. A sugestão é adotar as estratégias de jogos educativos e a metodologia ativa de gamificação.

Hoje existem diversos games que contribuem para isso, desde a tradicional brincadeira da forca, por exemplo, até aos jogos que incentivam a soletração.

São muitas opções disponíveis na internet e até mesmo em ferramentas digitais gratuitas, que usam a linguagem dos games para incentivar o pensar e raciocínio lógico.

O portal Nintendo Blast listou diversas informações sobre a discussão do uso de games no aprendizado e como as grandes marcas do mercado, como Sony e Nintendo, estão trabalhando nisso. Acesse a matéria e inspire-se!

2 – Pertencimento

Para envolver mais os estudantes do ensino híbrido na superação destas habilidades de leitura e interpretação de texto, é necessário fazê-los se sentir parte das atividades. Pensando nisso, o blog EAD em Pauta apresentou estratégias de metodologias ativas que estimulam o desenvolvimento disso nas aulas do ensino híbrido, engajando o pertencimento dos estudantes.

Para começar as atividades, apresente um texto em uma das plataformas usadas para as atividades on-line. Em seguida, crie um documento com acesso aberto a todos e solicite que os estudantes apresentem neste arquivo suas opiniões.

Para isso, vale a pena utilizar plataformas de compartilhamento com elementos visuais atrativos, que possuem recursos de post its coloridos, por exemplo.

E, após este compartilhamento de ideias, durante a aula, discuta cada uma das contribuições com todos os alunos juntos, tornando-se apenas um mediador desta construção coletiva.

Ao final, os estudantes acessam ao quadro completo e visualizam o quanto a opinião foi importante neste processo, enquanto aprendem a melhorar a leitura e interpretação de texto.

3 – Invertendo papeis

Quem quer ser um escritor? Afinal, esta profissão é bastante admirada por todos, não é mesmo? Escrever um livro é um trabalho complexo, mas realizá-lo é possível. Basta determinação e muito estudo por parte de todos os envolvidos, inclusive pelos seus estudantes no ensino híbrido.

Esta pode ser uma atividade divertida e, ao mesmo tempo, muito importante para desenvolver habilidades de interpretação de texto e leitura.

Porque, para escrever, é preciso ler e pesquisar muito antes. Sendo assim, essa inversão de papeis, transformando os jovens leitores em escritores, pode contribuir muito com a educação.

Então, uma ideia bastante válida para o ensino híbrido é estimular os estudantes a escreverem juntos uma obra, baseada em um tema específico. Assim, além de desenvolver o trabalho em equipe, fica mais fácil despertar o interesse dos jovens pelo mundo dos livros. Ao final, eles se sentirão verdadeiros autores!

É desta forma que a plataforma Ciranda de Livro, por exemplo, tem contribuído com a transformação de muitos alunos em autores e, consequentemente, auxiliando na melhora dos indicadores da educação brasileira no Pisa.

A proposta desenvolvida por pedagogos e consultores em literatura proporciona esta rica experiência de aprendizagem por meio do uso de ferramentas digitais e alinhadas à BNCC.

E, concluindo as atividades, as obras são impressas com alta qualidade e os participantes realizam até mesmo um evento para autógrafos. Acesse e saiba mais sobre a Ciranda de Livro!

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