Educação Física no ensino híbrido: quais as principais transformações?

O que mudou na disciplina essencialmente presencial neste mais de um ano de pandemia e aulas remotas

Entre todas as transformações que ocorrem na educação devido a pandemia do coronavírus, a realização da Educação Física no ensino híbrido é uma das mais desafiadoras.

Isso porque a prática de atividades físicas no EAD (ensino a distância) é bastante diferente do presencial, que todos estavam acostumados.

Logo, o ensino de esportes em aulas remotas exige dos docentes criatividade e muitas mudanças, bem como dos alunos, que precisam transformar seus espaços em casa nas suas próprias quadras.

Além disso, cabem aos estudantes executarem as atividades físicas sozinhos, com orientações on-line, ao contrário do passado, quando compartilhavam as experiências com os colegas presencialmente.

Pensando nisso, trouxemos aqui informações sobre esta transformação da Educação Física no ensino híbrido que podem contribuir com a aplicação da disciplina neste modelo.

Para complementar, ainda listamos alguns exemplos de como as escolas estão se adaptando às mudanças, que também podem te inspirar. Confira!

A evolução da disciplina no Brasil

Você sabia que os primeiros tratados sobre o ensino da Educação Física no Brasil são de 1808? Eles foram definidos logo na chegada da Corte Portuguesa no país, conforme indica matéria do Canal Futura.

Então, em 1882, as atividades foram incluídas por Rui Barbosa no ensino primário, secundário e superior. E, em 1995, com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, a disciplina tornou-se obrigatória na educação básica brasileira.

Vale ressaltar que a Educação Física também faz parte da BNCC (Base Nacional Comum Curricular). Isso porque ela é uma ferramenta para o desenvolvimento das dez competências gerais da Base.

Além disso, as atividades físicas proporcionam o movimento dos estudantes, enquanto ampliam a conscientização corporal e até mesmo coordenação motora.

Agora, em 2021, com muitos estudantes realizando as aulas de Educação Física no ensino híbrido, os professores precisam atualizar suas estratégias para que as atividades ocorram de maneira remota.

Mais que ensinar, os professores se tornaram importantes peças no combate ao sedentarismo entre jovens, que ganhou mais força devido ao isolamento social.

A Sociedade Brasileira de Pediatria afirma que houve um aumento dos índices de obesidade infantil desde o início da pandemia.

A queda na frequência de atividades físicas, aliada ao maior tempo diante das telas e mudanças da alimentação, implicaram em mais tempo sem movimentações e, assim, no ganho prejudicial de peso.

Neste cenário, cabem aos profissionais da educação despertar a atenção e interesse dos alunos nas práticas físicas por meio do uso de ferramentas tecnológicas.

E, para completar o desafio, tanto os professores, quanto os alunos, dependem de espaço adequados para realizar as atividades, como também internet de qualidade para transmissão das aulas.

Estratégias para superar os novos desafios da Educação Física

Desde o início da pandemia, os professores estão reinventando suas estratégias, antes usadas na Educação Física presencialmente, para que elas sejam aplicadas em aulas remotas. E nós buscamos algumas destas ideias para compartilhar com você aqui!

Para começar, os docentes que estão realizando atividades físicas por meio do ambiente virtual precisam priorizar práticas que desenvolvam habilidades, desde a coordenação motora (ampla e fina), assim como a agilidade, força, resistência e concentração dos estudantes

Também é importante considerar que, hoje, a Educação Física pode se tornar uma forma de amenizar os efeitos físicos dos longos períodos que os estudantes passam sentados em frente ao computador.

Ainda estimulam a liberação de hormônios, contribuindo para reduzir os casos de questões que afetam a saúde mental, como estresse, ansiedade ou depressão.

1)     Multiplique os canais de conteúdo

Existem muitas possibilidades de conteúdos que podem ser usados nas aulas de Educação Física no ensino híbrido. Desde vídeos, até a produção de desenhos, pesquisas, entre outros.

Aqui, é possível utilizar as metodologias ativas no plano pedagógico e tornar o estudante o construtor de seu aprendizado.

Ainda é possível incluir os pais dos estudantes, desenvolvendo atividades que tenham que realizar em conjunto para, assim, despertar a união familiar.

2)     Sustentabilidade

Que tal incluir a conscientização sobre o meio ambiente durante as atividades físicas remotas?

Para isso, temos uma sugestão: trabalhe com a construção de brinquedos e itens realizados com materiais reciclados que despertem o interesse em movimentar o corpo.

Existem muitas opções que são fáceis de serem construídas pelos alunos. E eles podem utilizar os materiais que têm em casa, contribuindo assim para o reuso dos itens que poderiam ser descartados e poluir o ambiente.

Neste conteúdo do Instituto Votorantin, estão mais de dez opções de brinquedos reciclados, muitos deles focados em desenvolver a coordenação motora e movimento dos estudantes.

3)     Filmes

Os jovens estão cada vez mais conectados com o cinema, principalmente pelo fácil acesso a filmes e séries, graças ao streaming e à internet. E você, professor, pode usar este hábito a favor das aulas de Educação Física.

Para isso, basta selecionar e apresentar filmes que tenham relação com as atividades físicas.

Você pode incentivá-los a assistir, por exemplo, longas-metragens baseados nas histórias de grandes atletas, documentários, bem como ficções que envolvem esportes.

O Programa Impulsiona, em parceria com o MEC, compartilhou este e-book para download gratuito com oito sugestões de jogos e brincadeiras baseados em filmes com a temática esportiva para contribuir com o plano pedagógico das atividades físicas no modelo EAD.

4)     Yoga e Meditação

Outro conteúdo gratuito bastante interessante compartilhado pelo Programa Impulsiona e o MEC ensina sobre a realização da prática de Yoga e Meditação no ensino híbrido.

Segundo a instituição, esta pode ser uma atividade que evita estresses e conflitos que vieram à tona durante a pandemia e o isolamento social.

Lembrando que o autoconhecimento e autocuidado, dois valores muito fortes na Yoga e Meditação, estão entre as competências gerais da BNCC. Sendo assim, esta é uma oportunidade de utilizar a Educação Física para desenvolver a conexão entre corpo e mente.

E este é só o começo!

Mais que ensinar futebol, vôlei, handebol e basquete, a Educação Física é uma importante disciplina no desenvolvimento dos estudantes, que inclui diversas temáticas e práticas esportivas.

Portanto, estas orientações que listamos acima são só o começo de várias possibilidades que os docentes têm para incorporarem dimensões afetivas, cognitivas e socioculturais no plano pedagógico da disciplina.

Se você precisa de mais estratégias para aprimorar as atividades físicas no EAD, acesse este conteúdo do MEC aqui e conheça outras dicas!

E siga conosco no blog Ciranda de Livros para acompanhar a transformação da educação com informações que fazem a diferença no dia a dia do profissional da educação.

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