Posted on agosto 10, 2021
by Ciranda
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As contribuições da ciência para o desenvolvimento da leitura e da escrita em sala de aula
Como funciona o cérebro? Esta é uma dúvida de muitas pessoas, inclusive no meio científico. É por isso que a neurociência tem ganhado tanta força e popularidade nos dias de hoje.
Os estudos e experimentações sobre as capacidades humanas relacionadas a esta parte do organismo estão beneficiando avanços em diversas áreas, inclusive na educação.
Quando falamos do uso da neurociência na alfabetização, por exemplo, já temos diversas informações e resultados que impactam diretamente a qualidade do ensino.
E é sobre isso que vamos falar aqui no blog hoje! Trouxemos dados sobre a aplicação deste conceito na prática durante o aprendizado da primeira infância, para contribuir com os avanços das atividades em sala de aula.
Vamos juntos desvendar os mistérios do cérebro e elevar a consciência a respeito das práticas que contribuem com o aprendizado da leitura e escrita.
Tudo o que você precisa saber sobre neurociência e educação
Para começar, precisamos compreender melhor o que é e como funciona a neurociência. De acordo com informações compartilhadas pela Escola de Educação Permanente (EEP) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), a neurociência divide-se entre os seguintes campos:
Sendo assim, é possível entender que a neurociência é um campo de estudo muito vasto. Esta área abrange desde avaliações sobre comportamentos à reabilitação motora e a cognição avançada.
Hoje, especialistas já conseguem aplicar diversos resultados obtidos a partir do estudo da neurociência na educação. Desta forma, a área tem contribuído com avanços no ensino da leitura e da escrita, principalmente durante a alfabetização.
Em entrevista ao portal Tribuna do Norte, a pesquisadora e professora da UFRN Angela Chuvas Naschold, compartilhou alguns insights obtidos em seus dez anos de estudo sobre a relação entre alfabetização e neurociência.
Segundo ela, a união destes elementos proporciona um aprendizado mais eficiente, bem como mais construtivo e acessível. Isso porque o ato de alfabetização envolve amplos conhecimentos: são aspectos fônicos, gráficos, mórficos, semânticos, sintáticos, pragmáticos e textuais, conforme explica a especialista.
Neste sentido, a neurociência orienta que os conhecimentos linguísticos estão relacionados às práticas físicas, como também com outros fatores, desde a alimentação até manutenção do sono, que, por sua vez, influenciam na memorização, atenção e engajamento dos estudantes nos processos de aprendizagem.
Saiba mais sobre operações cognitivas na alfabetização
Os conhecimentos obtidos com estudos da neurociência podem contribuir e muito com o processo de ensino da leitura e da escrita, como defende o estudo “Neurociência e a Aprendizagem da Leitura e da Escrita”.
Logo, educadores que conhecem mais sobre o funcionamento do cérebro nesta etapa de aprendizagem podem aplicar estas informações no desenvolvimento do potencial cognitivo dos estudantes.
Sobre a leitura, por exemplo, são realizadas oito operações cognitivas:
FONTE: Chauveau, Regovas – Chauveau & Martins (1997)
Portanto, vale a pena a reflexão sobre mudanças no ensino que considerem os aspectos cognitivos da aprendizagem de cada estudante, porque cada aluno possui características e históricos diferenciados, que influenciam em tempos e formas diferentes de obter o conhecimento.
O Instituto Ayrton Senna observa que conhecer os processos cerebrais envolvidos na leitura contribuem com o desenvolvimento de métodos de ensino mais eficazes no processo de alfabetização.
Você sabia, por exemplo, que nossos olhos percorrem o espaço onde se encontra a escrita com movimentos rápidos, de 4 a 5 vezes por segundo?
Ou seja, conseguimos identificar 10 a 12 letras neste período. E, em seguida, fixamos o olhar para efetivar a leitura, desmembrando a informação visual em milhares de fragmentos nos neurônios da retina. Estas informações são reconstituídas pelo cérebro em formato sonoro e lexical, criando a “imagem acústica”.
Qual a idade certa para o cérebro aprender a ler e escrever?
De acordo com informações compartilhadas no vídeo “Existe idade certa para alfabetizar”, do Educação em Evidência, as crianças começam a pensar sobre as palavras a partir dos quatro anos de idade.
Por isso, é importante que o hábito da leitura esteja presente desde cedo na rotina dos pequenos. Porque esta prática pode estimular conexões neurais, como também a atenção recíproca e a experiência tátil das crianças com os livros, conforme também explica o Instituto Ayrton Senna.
Para completar, no vídeo ainda é explicado que ler e escrever é um aprendizado formal, então, depende de uma base, desde familiar até às salas de aula.
Não podemos desconsiderar a relação entre a fala e escrita. A fala é algo natural do ser humano e começa a se desenvolver no cérebro a partir do segundo mês de nascimento. Entretanto, a preparação para a leitura precisa ser estimulada, ou o indivíduo não conseguirá aprender a ler e escrever sem instrução formal.
Concluindo, hoje, mais que nunca, educadores e responsáveis precisam manter um olhar individualizado acerca do aprendizado da leitura e escrita, considerando as dificuldades e habilidades cerebrais de cada estudante.
Neste período desafiador que vivemos na educação, devido às consequências da pandemia, é importante considerar no processo de reintegração e volta às aulas presenciais que os alunos entre 4 e 6 anos desenvolveram-se de maneiras diferentes durante o aprendizado no ensino híbrido.
Então, vale a pena aplicar os conhecimentos da neurociência junto às atividades que busquem resgatar a motivação para o aprendizado.
E você, como tem estimulado e motivado o cérebro de seus alunos?