Posted on julho 22, 2021
by Ciranda
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O que revelam pesquisas acerca da interrupção do modelo de aula tradicional para crianças nesta fase de aprendizagem e quais são os desafios a serem superados nos próximos meses
A preocupação de educadores e responsáveis sobre os impactos da pandemia na educação é grande, principalmente na fase de alfabetização.
Pois esta etapa da aprendizagem infantil já trazia muitos desafios para estudantes dos seis a oito anos de idade.
Agora, além de questões que eram comuns nas aulas tradicionais, existem também as dificuldades referentes ao ensino remoto.
Mas a melhor forma de lidar com preocupações é buscando informação, não é mesmo? Portanto, trouxemos estudos que abordam este cenário e sobre como os impactos do momento atual de pandemia podem refletir na educação brasileira.
Acompanhe o panorama que temos a compartilhar e mantenha-se atualizado sobre os desafios da alfabetização para superá-los com efetividade.
Existem muitas dificuldades de aprendizagem vividas no ensino híbrido, como já apresentamos aqui no blog. Nesta publicação, lembramos por exemplo de que cerca de 15% a 20% dos estudantes têm problema de aprendizado nesta etapa, segundo dados do Instituto Saber.
E, mais do que conhecer estas limitações, é importante entender o quanto elas impactam na alfabetização, para superá-las no dia a dia escolar.
Lembramos ainda que, também segundo o Instituto Saber, os principais fatores que impactam a alfabetização são:
Hoje, segundo pesquisa divulgada pela Agência Brasil, os estudantes em processo de alfabetização representam 88% dos matriculados do 1º ao 3º ano do ensino fundamental da rede pública.
E, neste cenário, 51% das crianças mantiveram o estágio de aprendizado, sendo que 29% relatam não ter aprendido nenhum novo conteúdo e 22% responderam ter desaprendido o que já sabiam.
Os próprios responsáveis dos estudantes da rede pública que participaram da entrevista confirmam esta perda. Ainda segundo a pesquisa, se antes 86% deles classificavam o desempenho escolar de seus filhos como ótimo ou bom, hoje o índice caiu para 59%, comprovando esta preocupação.
Uma das metas do Plano Nacional de Educação é erradicar o analfabetismo no Brasil até 2024. Porém, os altos índices do país neste sentido ainda são muito altos e a pandemia pode ser um fator ainda mais prejudicial para estes resultados.
De acordo com dados do PNAD Contínua – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua 2019, divulgada pelo Guia do Estudante, o número de analfabetos no país corresponde a 11 milhões de pessoas.
E a ABAlf (Associação Brasileira de Alfabetização) divulgou este ano, em nota, sua preocupação com os impactos da pandemia nesta realidade.
Entre os pontos de atenção listados está o argumento de que o ato de alfabetizar exige afetividade, interação entre pares, leituras e outras atividades que precisam ser garantidas no ensino a distância.
Entretanto, muitas dessas atividades interativas precisam de observação, participação, complementação e intervenção dos educadores, conforme observa a ABAlf.
Portanto, cabem aos profissionais criarem estratégias de como trabalhar este gerenciamento pedagógico e observação no ensino híbrido, para conseguirem realizar a alfabetização neste momento de transição e retomada gradual das aulas presenciais.
Em entrevista ao canal Futura, a educadora Magda Soares, especialista em alfabetização e letramento, falou sobre os desafios da pandemia nesta etapa da aprendizagem.
E, na sua visão, conforme compartilhado no conteúdo, ela observa que a criança precisa reinventar o sistema alfabético de escrita durante seu desenvolvimento cognitivo e linguístico.
Por isso, o responsável pela sua alfabetização deve não só conhecer bem este sistema, como acompanhar as possibilidades das crianças de compreendê-lo, respeitando sua evolução.
Logo, neste contexto de pandemia, os educadores precisam se esforçar ainda mais para se manterem presentes, ainda que virtualmente, na rotina de aprendizagem dos alunos.
Mais que orientar o estudante, é fundamental ainda que os educadores orientem seus responsáveis com formas de contribuir para este desenvolvimento.
A falta de proximidade com as crianças ainda é uma dificuldade a ser superada na alfabetização durante a pandemia. Isso porque a interação dos professores com alunos no modelo virtual não ocorre mais em tempo real, como no presencial, ainda que todos estejam conectados às telas.
Na pesquisa “Alfabetização em Rede: Uma Investigação Sobre o Ensino Remoto na Pandemia de Covid-19”, compartilhada pelo portal Terra, mostra-se que este desafio é comprovado pelos números obtidos.
A começar pelo fato de 71,58% dos entrevistados afirmarem que a sala de aula na pandemia são os grupos de WhatsApp. Além disso, uma projeção do Banco Mundial, divulgada este ano, afirma que 2 a cada 3 estudantes brasileiros não conseguem ler um texto simples aos 10 anos.
Uma das soluções para reverter este cenário é a utilização das tecnologias como aliadas da alfabetização. As ferramentas digitais, quando aplicadas de forma assertiva, tornam-se verdadeiras impulsionadoras do ensino a distância.
Já divulgamos aqui no blog a informação de que a tecnologia contribui com a economia de 20% a 30% do tempo de trabalho dos professores, conforme apurado por pesquisa colaborativa entre a Microsoft e a Education Practice.
Por isso, é válido atualizar as estratégias e metodologias usadas em sala de aula para que sejam eficientes também nas atividades virtuais.
Para contribuir com este desafio dos profissionais da educação, temos 3 sugestões de conteúdo do Blog da Ciranda de Livros relacionados ao assunto. Acesse e faça esta rápida leitura para superar as dificuldades impostas pela pandemia na educação e manter a alta qualidade na alfabetização!
Esperamos que este panorama apresentado aqui colabore com a forma como educadores e responsáveis estão lidando frente aos impactos da pandemia na alfabetização.
Siga acompanhando o Blog da Ciranda para saber mais informações que contribuem com a qualidade da aprendizagem dos estudantes brasileiros.