Saúde do professor: quais são os cuidados essenciais com a voz

Mais que requerer atenção da turma, cada pequena atividade do professor envolve o uso da voz, soma-se a isto uma carga horária intensa e, às vezes, até a atuação em mais de um período ou mesmo mais de uma escola; como evitar problemas com as cordas vocais e a saúde do educador?

Existe um instrumento de trabalho que te acompanha noite e dia e que você não pode ficar sem, pois precisa dele para despertar a atenção dos alunos, transmitir seus conteúdos e para se comunicar com todos ao redor.

Sabe sobre o que estamos falando? Da sua voz! Por isso, hoje trouxemos importantes dicas de cuidados com a voz do professor. Queremos te ajudar a manter uma boa saúde vocal para conseguir transmitir aos estudantes tudo o que foi planejado nas aulas.

Então, vamos conhecer esses cuidados essenciais que fazem toda a diferença na qualidade da voz? As orientações são baseadas no conhecimento de especialistas que vão contribuir com seu dia a dia de ensino. Acompanhe!

Mitos e verdades: cuidados essenciais com a voz

A comunicação é essencial em qualquer atividade da vida, principalmente nas salas de aula. Sendo assim, no caso dos professores, os cuidados essenciais com a voz fazem muita diferença na forma como o conteúdo é transmitido aos estudantes.

E sabemos ainda que a falta de atenção à saúde vocal pode implicar em graves problemas, até mesmo na perda da voz! Portanto, veja quais são os principais mitos e verdades relacionados a esse assunto para não prejudicar seu trabalho. As orientações são baseadas no Instituto da Audição.

1. Usar pastilhas, sprays ou ainda balas ajuda a manter a voz saudável?

MITO! Como muitos desses produtos têm efeito anestésico, podem mascarar dores e sintomas e dar a sensação de melhora, ou ainda podem irritar mais as mucosas. Eles devem ser evitados porque alteram a viscosidade e a quantidade da saliva. Portanto, atente-se ao uso!

2. Café e chá preto fazem mal para a saúde vocal?

DEPENDE! Isso porque a cafeína, substância presente nas bebidas, pode causar refluxo faringolaríngeo em algumas pessoas, prejudicando as cordas vocais. Mas em indivíduos que não têm essa sensibilidade não há problemas.

3. Atividade física contribui com a qualidade da voz?

VERDADE! Pode contribuir porque alguns exercícios melhoram a respiração e outros aliviam as tensões, impactando a saúde vocal.

4. Gargarejos com bebida alcoólica ajudam a aquecer a voz?

MITO! Sob efeito do álcool, a laringe pode ser levemente anestesiada. Entretanto, o esforço vocal não será percebido. Assim, você pode acabar forçando mais as cordas vocais e percebendo somente após o efeito da bebida.

5. Pigarrear para tirar as secreções da garganta é correto?

MITO! Ao tentar expelir a secreção, você acaba “raspando” uma prega vocal contra a outra, irritando a mucosa. Além disso, gera a descamação do tecido. O mais adequado é hidratar a garganta com sete a oito copos de água por dia.

Saúde mental e saúde vocal: qual a relação?

Você já percebeu que sua voz pode ficar diferente quando está passando por fortes emoções? É porque o estresse influencia diretamente na vocalização. Portanto, na lista do professor sobre os cuidados essenciais com a voz, deve estar presente também a atenção com a saúde mental.

A fonoaudióloga Aline Wolf, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, explicou em entrevista ao Jornal da USP (Universidade de São Paulo) a relação das emoções com a voz. Segundo ela, o estresse do dia a dia “cria uma tensão muscular desfavorável à boa produção da voz”.

Para completar, quando falamos errado por muito tempo – o chamado “abuso vocal” – é possível prejudicar ainda mais a saúde da voz. Logo, gritos, excesso de conversa, ou falar sob muita tensão atrapalham a rotina de cuidados.

Vale lembrar também que uma das “válvulas de escape” de muitos professores para momentos de estresse ainda é o uso de cigarros. Mas eles também são prejudiciais para a saúde vocal, incluindo os eletrônicos.

Então, aqui vai uma dica: pelo bem da sua voz, relaxe! Conforme a fonoaudióloga Patrícia Faro explica, prestar atenção na sua respiração e na forma como você fala pode ajudar a superar muitos desafios relacionados à saúde vocal.

Ela indica que, ao falar, você verbalize suavemente, mantendo a intensidade da voz e controlando a respiração. Além disso, bocejos, alongar e exercitar o pescoço e os ombros no banho ajudam a diminuir tensões dos músculos, melhorando a qualidade da saúde vocal.

Que tal adotar os cuidados essenciais com a voz, professor?

Agora que você já sabe o que não deve fazer, que tal adotar alguns bons cuidados com a voz, professor? Listamos as orientações compartilhadas no e-book gratuito “Saúde Vocal para Professores EBTT (Ensino Básico, Técnico e Tecnológico)”. Acompanhe!

  • Hidrate-se! Consuma bastante água, de preferência em temperatura ambiente. Isso é fundamental para hidratar as cordas vocais e o corpo, colaborando com o bom funcionamento do organismo.
  • Tenha uma boa alimentação, baseada em refeições leves e ricas em verduras, legumes e frutas. Principalmente antes ou após momentos de uso prolongado da voz, como durante as aulas.
  • Na sala de aula, procure se manter de frente aos alunos para que sua voz tenha uma melhor projeção.
  • Quando usar microfones, verifique se o equipamento está com um bom retorno de som, pois ao contrário você poderá fazer um esforço até maior do trato vocal e se prejudicar.
  • Para completar, respeite seu tempo de descanso e preze pela qualidade do seu sono. Porque isso também impacta no funcionamento do seu organismo e, consequentemente, na sua voz.

Atenção, professor!

Aqui vai uma verdade já muito difundida, mas que deve ser reforçada: evite a automedicação. Ao perceber dificuldades na sala, ou outras alterações na sua saúde vocal, busque a orientação de um profissional.

Afinal, como falamos no início deste conteúdo, sua voz é seu principal instrumento de trabalho. Portanto, os cuidados impactam diretamente na sua carreira.

Alguns sinais de que você deve buscar ajuda médica são: rouquidão persistente por mais de 15 dias, irritação na garganta por mais de dez dias, perda da voz, cansaço ao falar, pigarro com frequência e dores de garganta.

Continue acompanhando o Blog da Ciranda de Livro para saber mais dicas que contribuem com seu dia a dia na educação! Até a próxima!

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