Posted on agosto 4, 2021
by Ciranda
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Deficit de atenção, obesidade e transtornos diversos são alguns problemas relacionados à má qualidade do sono nas crianças; com auxílio do educador, efeitos colaterais podem ser evitados
O segredo para manter a saúde e bem-estar, e até mesmo para viver em plena felicidade, já foi desvendado. E se você sabe do que estamos falando, é porque valoriza boas noites de sono!
Isso porque a forma como respeitamos o ciclo sono-vigília influencia diretamente em diversos fatores do nosso ritmo biológico. Porém, muitos acreditam que esta é uma preocupação somente da vida adulta.
Pois saiba que a qualidade do sono infantil é primordial para o desenvolvimento das crianças, incluindo a aprendizagem.
Afinal, noites mal dormidas refletem não só em desatenção ou irritação, como até mesmo em problemas mais sérios. Existem casos de obesidade infantil e transtornos que são diagnosticados como efeitos colaterais da baixa qualidade do sono das crianças.
E então, percebeu que este problema pode estar impactando seus estudantes? Ou até mesmo os seus filhos? Pois saiba que existem muitas formas de reconhecer e superá-lo! Acompanhe a leitura e veja o que especialistas compartilham sobre o assunto.
Em entrevista exclusiva ao blog da Ciranda de Livro, a psicóloga Giovina Fosco Turco responde esta dúvida ao compartilhar seu domínio sobre o sono na infância.
Mestre em saúde da Criança e Adolescente, Giovina atua como psicóloga clínica há mais de 30 anos e tem vasta experiência em acompanhar esta questão entre seus pacientes. E foi a partir desta trajetória que ela decidiu compartilhar o conhecimento adquirido na carreira no recém-lançado livro “Tenho um Aluno com Transtorno do Sono: E agora?”.
A publicação traz um recorte da sua pesquisa de mestrado realizada na Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, na qual relatou a relação entre a qualidade de vida e do sono em adolescentes obesos.
“A importância do sono é amplamente reconhecida, tanto quanto são claras as implicações e consequências da ausência de um sono reparador, que permite boa saúde e disposição física e mental”, explica Giovina.
E esta condição pode estar diretamente relacionada não só aos hábitos da rotina infantil, como a distúrbios de sono mais sérios. São alterações no padrão e na qualidade do sono como:
Giovina observa que a redução das horas de sono tornou-se uma característica marcante da sociedade moderna. E, segundo ela, isso resulta em graves consequências advindas dos distúrbios do sono, desde problemas escolares até prejuízos na saúde física e mental.
“Uma vez identificados e tratados, sua qualidade de vida e a da família melhoram, pois o desconforto causado pela falta de sono afeta a todos. Uma adequada higiene do sono deve ser prioridade para todos os membros da família”, reforça.
Conforme explica Giovina, a privação do sono e a má qualidade de descanso prejudicam o aprendizado, pois afetam a atenção, a concentração, bem como as capacidades intelectuais e produtivas.
Com isso, o problema causa alterações constantes de humor, irritabilidade permanente, falta de concentração e maior risco de desenvolver quadros graves de depressão.
“Jovens e crianças que não têm uma boa noite de sono apresentam dificuldades para a prática de atividades físicas em função do cansaço provocados pelo déficit do sono, por exemplo. Tanto a família, quanto os professores, devem estar atentos a estes comportamentos”, alerta a psicóloga.
O educador pode orientar os pais quando identificar estes pontos. Para isso, Giovina compartilhou alguns hábitos que podem ajudar crianças e adolescentes, como também adultos, a terem uma noite de sono melhor. Confira:
Para completar, Giovina destaca que os efeitos da pandemia nas crianças são extremamente preocupantes e que isso também é um fator que pode impactar na qualidade do sono infantil atual.
Isso porque as rotinas das famílias mudaram do dia para a noite. Nesta adaptação, muitas crianças não receberam a devida atenção no que diz respeito aos horários de dormir, alimentação e lazer.
“Tivemos que ir na contramão do uso de telas entre adultos e crianças. Com a pandemia, os contatos e atividades passaram a ser através delas e esse uso excessivo não é benéfico aos pequenos e aos jovens”, completa.
Além disso, em seus estudos sobre qualidade de vida e do sono em adolescentes obesos, por exemplo, Giovina identificou a maior prevalência de perturbações de sono e piora na qualidade entre grupos diagnosticados com este distúrbio de excesso de peso corporal: “Como reflexo de noite mal dormidas, esses jovens apresentam uma qualidade de vida inferior”.
Mas foi observado e constatado através da literatura, também, que é expressivo o número de crianças e adolescentes saudáveis que apresentam problemas relacionados ao comportamento do sono por questões sociais e culturais”, enfatiza.
Concluindo, de acordo com a especialista, a qualidade e quantidade adequada do sono são condições vitais para o desenvolvimento infantil, no que diz respeito à sua saúde física e emocional, como também ao aprendizado, memória, convívio social e familiar.